quinta-feira, 7 de junho de 2018

ROMEU E JULIETA NO CENTRO DE CONFERÊNCIAS DE BELAS É JÁ NO DIA 23 DE JUNHO


Um dia: 23 de Junho
Um Lugar: Centro de Conferências de Belas
Um grupo: Zambâmbio
Uma obra: Romeu e Julieta
Um preço: 1.500 Kz
compre já o seu ingresso...
Sinopse: 
Retrata o amor de um casal de jovens (Romeu e
Julieta), que apesar de serem provenientes de famílias rivais, se
apaixonam um pelo outro. Nesta história as lutas de espada, o disfarce,
os equívocos, a tragédia , o humor e a linguagem da paixão simbolizam,
no seu conjunto, o amor verdadeiro. Duas poderosas famílias são inimigas há muitos anos, mas o amor vence todas as barreiras. 
COM UMA ENCENAÇÃO JAMAIS VISTA EM ANGOLA...


segunda-feira, 4 de junho de 2018

FORMAÇÃO DE ENCENAÇÃO E DRAMATURGIA

EM JULHO NO HUAMBO
PARA ENCENADORES, DIRECTORES E DRAMATURGOS...
COM: NELSON NDONGALA
PREÇO: 5000 KZ

A Origem e Evolução do Teatro

                                                  A Origem e Evolução do Teatro   
A origem do teatro pode ser remontada desde as primeiras sociedades primitivas, em que acreditava-se no uso de danças imitativas como propiciadores de poderes sobrenaturais que controlavam todos os fatos necessários à sobrevivência (fertilidade da terra, casa, sucesso nas batalhas etc), ainda possuindo também caráter de exorcização dos maus espíritos. Portanto, o teatro em suas origens possuía um caráter ritualístico.

Com o desenvolvimento do domínio e conhecimento do homem em relação aos fenómenos naturais, o teatro vai deixando suas características ritualistas, dando lugar às características mais educacionais. Ainda num estágio de maior desenvolvimento, o teatro passou a ser o lugar de representação de lendas relacionadas aos deuses e heróis.

Na Grécia antiga, os festivais anuais em honra ao deus Dionísio (Baco, para os latinos) compreendiam, entre seus eventos, a representação de tragédias e comédias. As primeiras formas dramáticas na Grécia surgiram neste contexto, inicialmente com as canções dionisíacas (ditirambos).

A tragédia, em seu estágio seguinte, se realizou com a representação da primeira tragédia, com Téspis. A introdução de segundos e terceiros atores nas tragédias veio com Ésquilo e Sófocles. Surgiu também a peça satírica: o conservador Aristófanes cria um género sem paralelo no teatro moderno, pois a comédia aristofânica mesclava a paródia mitológica com a sátira política. Todos os papéis eram representados por homens, pois não era permitida a participação de mulheres.

Os escritores participavam, muitas vezes, tanto das atuações como dos ensaios e da idealização das coreografias. O espaço utilizado para as encenações, em Atenas, era apenas um grande círculo. Com o passar do tempo, grandes inovações foram sendo adicionadas ao teatro grego, como a profissionalização, a estrutura dos espaços cénicos (surgimento do palco elevado) etc. Os escritores dos textos dramáticos cuidavam de praticamente todos os estágios das produções.

Nesse mesmo período, os romanos já possuíam seu teatro, grandemente influenciado pelo teatro grego, do qual tirou todos os modelos. Nomes importantes do teatro romano foram Plauto e Terêncio. Roma não possuiu um teatro permanente até o ano de 55 a.C., mas segundo é dito, enormes tendas eram erguidas, com capacidade para abrigarem cerca de 40.000 espectadores.

Apesar de ter sido totalmente baseado nos moldes gregos, o teatro romano criou suas próprias inovações, com a pantomima, em que apenas um ator
representava todos os papéis, com a utilização de máscara para cada personagem interpretado, sendo o ator acompanhado por músicos e por coro.
Com o advento do Cristianismo, o teatro não encontrou apoio de patrocinadores, sendo considerado pagão. Desta forma, as representações teatrais foram totalmente extintas.

O renascimento do teatro se deu, paradoxalmente, através da própria igreja, na Era Medieval. O renascimento do teatro se deveu à representação da história da ressurreição de Cristo. A partir deste momento, o teatro era utilizado como veículo de propagação de conteúdos bíblicos, tendo sido representados por membros da igreja (padres e monges). O teatro medieval religioso entrou em franco declínio a partir de meados do século XVI.

Desde o século XV, trupes teatrais agregavam-se aos domínios de senhores nobres e reis, constituindo o chamado teatro elisabetano. Os atores - ainda com a participação exclusiva de atores homens - eram empregados pela nobreza e por membros da realeza. O próprio Shakespeare, assim como o ator original de Otelo e Hamlet, Richard Burbage, eram empregados pelo Lorde Chamberlain, e mais tarde foram empregados pelo próprio rei.

Na Espanha, atores profissionais trabalhavam por conta própria, sendo empresariados pelos chamados autores de comédia. Anualmente, as companhias realizavam festivais religiosos, e sobretudo no século XVII, as representações nas cortes espanholas encontravam-se fortemente influenciadas pelas encenações italianas. Os nomes mais proeminentes deste período (a chamada idade de ouro do teatro espanhol) foram Calderon de La Barca e Lope de Vega.

Foi mais notadamente na Itália que o teatro renascentista rompeu com as tradições do teatro medieval. Houve uma verdadeira recriação das estruturas teatrais na Itália, através das representações do chamado teatro humanista. Os atores italianos deste, basicamente, eram amadores, embora já no século XVI tenha havido um intenso processo de profissionalização dos atores, com o surgimento da chamada "Commedia Dell'Arte", em que alguns tipos representados provinham da tradição do antigo teatro romano: eram constantes as figuras do avarento e do fanfarrão.

Devido às muitas viagens que as pequenas companhias de Commedia Dell'Arte empreendiam por toda a Europa, este gênero teatral exerceu grande influência sobre o teatro realizado em outras nações. Um dos aspectos marcantes nesse teatro foi a utilização de mulheres nas representações, fato que passou a se estender para os outros países.

No século XVII, o teatro italiano experimentou grandes evoluções cênicas, muitas das quais já o teatro como atualmente é estruturado. Muitos mecanismos foram adicionados à infra-estrutura interna do palco, permitindo a mobilidade de cenários e, portanto, uma maior versatilidade nas representações.

Foi a partir do século XVII que as mulheres passaram a fazer parte das atuações teatrais na Inglaterra a na França. Na Inglaterra, os papéis femininos eram antes representados por jovens atores aprendizes. Na França, uma das atrizes que outrora havia sido integrante do grupo de Molière passou a fazer parte do elenco das peças de Racine. Therese du Parc, conhecida depois como La Champmesle, foi a atriz que primeiro interpretou o papel principal de Fedra, da obra de Racine, tornando-se então uma das principais atrizes da chamada "Commedie Française".

Ao cabo do século XVIII, as mudanças na estrutura dramática da peças foram reflexo de acontecimentos históricos como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Surgiram formas como o melodrama, que atendia aos gosto do grande público. Muitos teatros surgiram juntamente com esse grande público. No século XIX as inovações cênicas e infra-estruturais do teatro tiveram prosseguimento. O teatro Booth de Nova York já utilizava os recursos do elevador hidráulico. Os recursos de iluminação também passaram por muitas inovações e experimentações, com o advento da luz a gás. Em 1881, o Savoy Theatre de Londres foi o primeiro a utilizar iluminação elétrica.

Os cenários, assim como o figurino, procuravam reproduzir situações históricas com um realismo bastante apurado. As sessões teatrais, em que outrora encenavam-se várias peças novas ou antigas, foram passando a ser utilizadas apenas para a encenação de uma peça. Todas as inovações pelas quais o teatro foi passando exigiram o surgimento da figura do diretor, que trata de todos os estágios artísticos de uma produção.

Ao final do século XIX uma série de autores passaram a assumir uma postura de criação bastante diversa da de seus predecessores românticos, visando a arte como veiculo de denúncia da realidade. Escritores como Henrik Ibsen e Emile Zola foram partidários dessa nova tendência, cada qual com sua visão particular.

O teatro do século XX caracteriza-se pelo ecletismo e pela grande quebra de antigas tradições. O "design" cênico, a direção teatral, a infra-estrutura e os estilos de interpretação não se vincularam a um único padrão predominante. Entretanto, pode-se dizer que as idéias de Bertolt Brecht foram as que mais influenciaram o teatro moderno. Segundo dizia Brecht , o ator deve manter-se consciente do fato que esta atuando e que jamais pode emprestar sua personalidade ao personagem interpretado. A peça em si, por sua vez, assim como a mensagem social nela contida, deveria ser o supremo objeto de interesse. Para tanto, os espectadores deveriam ser constantemente lembrados que estão vendo uma peça teatral e que, portanto, não identifiquem os personagens como figuras da vida real, pois neste caso a emoção do espectador obscureceria seu senso crítico.

Dado o seu temor no caso dos atores mostrarem-se incapazes de desempenhar os papéis com tanta imparcialidade, Brecht utilizou vários recursos que libertariam as encenações de quaisquer ilusões de realidade que poderiam ser criadas nas mentes dos espectadores. A cenografia se dirigia a muitos efeitos não-realísticos, assim como as próprias atividades de mudança de palco podiam ser vistas pelo público. No teatro contemporâneo tanto as tradições realistas como as não-realistas convivem simultaneamente.
Referência
http://liriah.teatro.vilabol.uol.com.br/historia/aorigemeevolucaodoteatro.htm

CURRICULUM ARTÍSTICO DE NELSON NDONGALA


Município Cacuaco                                                    Contactos: 926757548;996757548

Bº Centralidade de Sequele                                       E-mail: mister_donga@hotmail.com

Nelson António Ndongala

Apresentação
·         Meu objectivo é Contribuir e buscar experiências, trabalhando arduamente para o engrandecimento da artes cénicas no nosso país.
Dados
Pessoais
·         Filiação: António Ndongala & Wingui Josefina
·         Data de nascimento: 13 de Dezembro de 1990
·         Nacionalidade: Angolana
·         Naturalidade: Lubango
·         Estado civil: Solteiro
·         B.I no.000968043HA037 
Dados
Académicos
·         Técnico Médio de Economia no IMELUB (2009)
·         Estudei até o 3º ano de Economia na universidade
Mandume Ya Ndemofayo
·         Actualmente Estudante do 4º ano de Teatro no Instituto  Superior de Artes

Experiências
Profissionais e Artísticas
                                Trabalhos de direcção artística nos seguintes grupos:
·         Encenador do grupo teatral Luzes ao Palco
·         Encenador do grupo teatral Enviados de Cristo
·         Antigo Encenador do misto de actores da Huila
·         Melhor Actor de 2014/2015 na província da Huíla
·         Participação em 15 festivais em várias províncias do Pais
·         Vencedor de dois prémios de melhor obra, escritas por mim no festival Festeapaz (Luanda, 2014) e Festi-Uige (Uíge 2015)
·         Participação no Festeapaz em 3 edições(2014, 2015 e 2017)
·         Participação na novela nacional Jukulomessu (2014)
·         Participação no Fenacult com o grupo teatral Julu (2014)
·         Membro da associação de teatro AAT-Huíla
·         Participação como membro I.N.E no senso populacional em angola (2014) apresentando teatro de sensibilização, nas ruas, praças públicas, mercados e escolas em 10 dos 14 municípios da província da Huíla.
·         Participação do festival de teatro Ribalta com a obra Êxodo no Kilamba (2015 e 2017)
·         Participação do festival Internacional de Teatro do Cazenga - FESTECA (2014)
·         Formação de Malabarismo com a Aliança Francesa
·         Curso de projecção de Artes Cénica com Cubanos
·         Formador e palestrante de teatro
·         Trabalhei para Marcov, num programa televisivo na TPA, A Malta da Alegria, dando voz e corpo a dois personagem
·         Formador de Teatro no Projecto Sonho e Arte do Huambo
·         Vencedor do prémio Angola Independente com o grupo Huba Artes
·         Participação na 2ª edição do Circuito Internacional de Teatro-CIT
Experiências
Profissionais
·         Docente da escola do II ciclo do Ensino Secundário do Nambambe durante 5 anos
·         Coordenador de Educação Fisica na escola do II ciclo do Ensino Secundário do Nambambe durante 5 anos
·         Formador e palestrante de teatro

Línguas
Faladas
Português fluente
Francês Básico

Outras
Documentos
                              
                                Carta de Condução
                                Passaporte

Qualidades
Predominantes
Boa apresentação
Comunicação afável
Grande espírito de equipa


O signatário

________________________________________

Nelson António Ndongala


Município Cacuaco                                                    Contactos: 926757548;996757548
Bº Centralidade de Sequele                                       E-mail: mister_donga@hotmail.com

A Profissionalização do Actor em Angola




INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda uma das questões mais debatidas no seio teatral angolano: “A Profissionalização do Actor”. Para melhor entender esta questão procuramos entrevistar directores, encenadores e actores de alguns grupos conceituados do país.
O mais interessante é que essa necessidade se manifestou por si só no decorrer do aprofundamento do conceito de “profissional”. Esta pesquisa vem de um anseio da compreensão do modo como podemos identificar parâmetros para um melhor entendimento do que é ser ator profissional em Angola.
Nesse sentido, importa-nos saber se para caracterizar um ator como profissional existem requisitos pré-estabelecidos na lei ou se é suficiente o facto de o artista receber uma remuneração ou, ainda, possuir já alguma experiência consolidada na área de interpretação, bem como uma formação na área em questão.
Procuramos responder questões pertinentes como: É possível viver exclusivamente do teatro? Há actores profissionais em Angola? A experiência, a formação e a remuneração condicionam o profissionalismo do actor?

I-           “PROFISSIONALIZAÇÃO”

Uma definição da profissionalização, segundo o dicionário de língua portuguesa significa acto ou efeito de se profissionalizar.
A profissionalização é, portanto, um processo de negociação, pelo jogo dos grupos sociais, com o intuito de fazer reconhecer a autonomia e a especificidade de um conjunto de atividades, e um processo de formação de indivíduos para os conteúdos de uma profissão.
A profissionalização “põe em cena” aquisições pessoais ou coletivas, tais como os saberes, os conhecimentos, as capacidades e as competências. Mais ainda, poderíamos dizer que ela reside no jogo da construção e/ou da aquisição desses elementos que permitirão, no final, dizer a respeito de alguém que ele é um profissional, ou seja, é dotado da profissionalidade (o conjunto dos conhecimentos, dos saberes, das capacidades e das competências que caracterizam sua profissão).

II-        A PROFISSIONALIZAÇÃO DO ACTOR EM ANGOLA

Actualmente não existem leis em Angola que reconhecem a profissão de actor. Existem apenas leis e regulamentos que deram os primeiros passos para regulamentação da actividade artistica. Tais como:
- SADIA, Sociedade Angolana do Direito do Autor (ver anexo);
- Associação Angolana de Teatro” vulgo AAT, que juridicamente ainda não esta reconhecida pelos órgãos tutelares;
- Lei do Mecenato (lei nº8/12 de 18 de janeiro) publicada no Diário da República (Decreto Presidencial nº 195/15, de 7 de Outubro), garante aos mecenas culturais incentivos fiscais (redução de até 40% sobre o valor total dos impostos) aos projectos implementados, bem como aos actos inerentes ao registo, candidatura, avaliação, acompanhamento e controlo dos agentes culturais beneficiários no ramo da saúde, educação e cultura.
- UNAC (União Nacional Artistas e Compositores), entidade responsável pelo cadastramento, regulamentação e controlo das actidades artísticas que no seu regulamento, capitulo III, artigo 9/2, sobre actividade artística profissional diz:
 “Nenhuma Instituição Pública ou Privada que desenvolva actividade artística no domínio cultural e artístico, pode contratar artistas que não estejam munidos da carteira profissional, sob pena de incorrer em infrações previstas no presente regulamento e demais legislação aplicável.” (Ver anexo).

III-     PROFISSIONALIZAÇÃO DO ACTOR VS EXPERIÊNCIA

O Teatro em Angola deu os seus primeiros passos antes da independência. Logo após a Independência este movimento artístico foi se intensificando até mesmo os apoios por parte do Governo e outras entidades privadas. Nos anos 80, surgiram os grupos Horizonte Nginga Mbande, Oásis e Elinga-teatro, que até hoje sobrevivem e acima de tudo com uma parte dos actores que existem desde a fundação. A década de 90 foi marcada pelo surgimento de vários outros grupos, não só a nível de Luanda como também em outras províncias.
Daí em diante foram surgindo vários grupos de teatro. Segundo o Ministério da Cultura até 2014 tínhamos só em Luanda 300 grupos Teatrais legalizados e mais de 400 clandestinos.
O que nos interessa saber se esses actores que têm no seu curriculum artístico um vasto largo anos de experiência, podem ou não ser considerados profissionais de teatro.
Durante as entrevistas 100% dos entrevistados foram unanimes em afirmar que o factor “Experiência” é indispensável para a profissionalização do actor.
Segundo a UNAC (União Nacional dos Artistas e compositores), no seu regulamento sobre a Carteira Profissional do Artista, capitulo II, no ponto dois do 8º artigo descreve:
“O artista profissional tem de ter, no mínimo, experiencia profissional artística publicamente reconhecida e comprovada por uma associação idónea”.
Mas, contudo os entrevistados não descartaram a importância que uma formação tem no processo da profissionalização do actor, pois a escola é um importante espaço de socialização com o meio profissional.


IV-       PROFISSIONALIZAÇÃO DO ACTOR VS FORMAÇÃO

Para darmos continuidade ao desenvolvimento do nosso trabalho, torna-se necessário compreender como se encontra estruturada a formação do actor actualmente em Angola, e verificar de que maneira ela está a ser orientada para o seu contributo a fim de profissionalizar o mesmo.
Em 1978, com o incremento da cooperação cubana, chegaram a Angola especialistas de teatro, para ministrarem cursos com objectivo de formar Atores-Instrutores que pudessem assegurar o movimento teatral angolano, já que o governo português, nada tinha feito a propósito. É neste quadro que vieram os formadores cubanos: Inácio Gutierres, Teresa Gonçales e Júlio Guerra. Foi um curso bastante proveitoso porque os recém Atores-Instrutores receberam material teórico suficiente que foi de grande utilidade nas suas actividades relacionadas com a disseminação do teatro em todo o país.
Além do pessoal seleccionados ainda fizeram-se inscrições públicas, e o ingresso para a frequência ao curso era feita através de um teste. Compareceram sessenta candidatos. Destes apenas vinte oito foram apurados e chegaram ao fim com êxito apenas vinte. Estes receberam a missão de levar o teatro em todo o país, como Instrutores. O curso tinha várias disciplinas entre as quais, expressão corporal, dramaturgia, direção teatral, filosofia Marxista-leninista, música, dança, língua portuguesa, teatro infantil e investigação. Foi assim a primeira formação de teatro na história de Angola.
Posteriormente foram surgindo outras iniciativas de formação. Anos depois selecionou-se um grupo de actores para terem uma formação média de teatro em Cuba.
Em 1993 o Ministério da Cultura criou o Curso Básico de Teatro que culminou na criação do INFA (Instituto Nacional de Formação Artística) que teve início em 2004, com a formação Média de Teatro, mas por causa de algumas irregularidades (infraestruturas, corpo docente…) o mesmo teve o encerramento em 2010.
Recentemente em 2007 enviou-se outros 4 angolanos para formação superior de teatro em Cuba.  
Quanto a formação do actor Angola tem verificado um crescimento significativo. Em 2015, inaugurou-se o CEART (Complexo das Escolas de Artes), onde começou-se a lecionar o Curso Médio de Teatro. No mesmo ano arrancou o Curso Superior de Teatro no ISART (Instituto Superior de Artes) instituição essa, que foi inaugurada em 2014.
Muito antes disso, em 2008, a instituição privada Metropolitana deu o primeiro passo a nível do Ensino Superior, sendo a primeira instituição universitária em Angola a lecionar um curso direcionados para actores.
Segundo os dados recolhidos pelos nossos entrevistados, a formação académica ou técnica é uma mais valia:
 “…É impossível ser um ator profissional sem ter uma formação académica ou técnica. Porque em termos de avaliação, crescimento e qualidade, sem formação técnica ou académica o ator não teria como concorrer no mercado de trabalho e continuaria no empirismo…” salientou Adelino dos Santos Caracol (Director e encenador do Grupo Teatral Horizonte Nzinga Nbande)
No mesmo diapasão o director do grupo Enigma-Teatro Francisco António, afirmou que: “…Para que um actor seja profissional precisa no mínimo de três coisas: Formação; experiência profissional no que concerne ao teatro, fazer parte de uma companhia… trabalhar regularmente e ser remunerado mensalmente…”.   
A formação académica ou técnica por si só não é suficiente para a profissionalização do actor.
       
V-          PROFISSIONALIZAÇÃO DO ACTOR VS REMUNERAÇÃO

Segundo a UNAC (União Nacional dos Artistas e compositores), no seu regulamento sobre a Carteira Profissional do Artista, capitulo II, no ponto um do 8º artigo descreve: “O artista profissional é o individuo que, exclusiva ou predominantemente, dedica o seu tempo ao exercício da atividades artística, dependendo dela a sua subsistência”.
A remuneração tem sido uma ideia muito mal compreendida no seio artístico, uma coisa é receber em certos momentos remunerações fruto do trabalho realizado e outra coisa é receber um salario mensal. Ou seja, o actor profissional é aquele que vive do que faz.
Alguns entrevistados afirmaram que atualmente em Angola é difícil viver só da profissão de ator, tais como:
·         Flávio Ferrão (Director e encenador do grupo teatral Henrique Artes- Luanda);
·         Augusto Congo (Director e ator do grupo teatral Luzes ao palco – Huíla);
·         Dr. Stive (Encenador do grupo teatral Ombaka – Benguela).
Outros entrevistados argumentaram que têm a profissão de actor como fonte da sua subsistência, tais como:
·         Francisco Pedro António (Director e encenador do grupo Enigma-Teatro/ Luanda);
·         Manuel Teixeira (Secretário de administração e finanças do grupo teatral Julu/ Luanda);
·         Raúl do Rosário (Responsável do património do grupo Elinga-Teatro/ Luanda);
·         Adelino caracol (Director e encenador do grupo teatral Horizonte Njinga Mbande/ Luanda).
A pergunta que não quer se calar e gera muitas incertezas é: em Angola é possível viver só da profissão de Actor?

                                         CONCLUSÃO
Notamos também que actualmente os grupos que hoje em entrevista afirmaram que recebem mensalmente rendimentos são aqueles que sobreviveram desde a década de 80, prevaleceram organizados e hoje têm uma estrutura e apoios que os sustem.
 A análise apresentada neste trabalho investigativo apoiou-se como já é sabido, num conjunto de entrevistas, junto de directores, actores e encenadores dos grupos de teatro angolano. O que permitiu, desta forma, contemplar uma pluralidade de trajectórias individuais, espaços de oportunidades e situações profissionais de artistas de diferentes gerações. Notamos também que Os grupos de teatro mais antigos funcionam como “escolas de teatro” e permitem às jovens gerações de actores conhecer os membros que compõem a sua comunidade e assim sendo construir as bases de um percurso profissional.
Concluímos que os actores estão em processo de formação contínua e aprendizagem constante: tirar notas, apontar ideias, assistir a outros espetáculos, fazer cursos de actualização de teatro são práticas assinaladas com frequência pelos entrevistados e consideradas imprescindíveis para o seu desenvolvimento pessoal e para um trabalho de aprendizagem em continuidade.
Durante o desenvolvimento deste trabalho, vimos que o caminho mais viável para a profissionalização do actor requer pelo menos uma formação académica ou técnica; uma experiência considerável e comprovada e ser remunerado pelo exercício da mesma atividade.

BIBLIOGRAFIAS

ASSUMPÇÃO, Priscila pinheiro. A interpretação do ator: Um estudo sobre propostas metodológicas do intérprete na Linguagem audiovisual. Lisboa, 2015.

BORGES, Vera. Actores e encenadores: modalidades de profissionalização no mercado teatral português

ABRANDES, José Mena. O Teatro em Angola. Editora Zila,  1º Ed. 

OBS: INFORMAÇÕES PRECISANDO DE MAIS SUBSÍDIOS...

TUDO SOBRE TEATRO

ROMEU E JULIETA NO CENTRO DE CONFERÊNCIAS DE BELAS É JÁ NO DIA 23 DE JUNHO

Um dia: 23 de Junho Um Lugar: Centro de Conferências de Belas Um grupo: Zambâmbio Uma obra: Romeu e Julieta Um preço: 1.500 Kz compre...

ARTIGOS MAIS VISTOS