EM JULHO NO HUAMBO
PARA ENCENADORES, DIRECTORES E DRAMATURGOS...
COM: NELSON NDONGALA
PREÇO: 5000 KZ
QUEM SOU... • Encenador do Grupo Teatral Luzes ao Palco • Formador e Palestrante de Teatro • Bacharel em Teatro na especialidade de Actuação no Instituto Superior de Artes. • Professor da Escola do II Ciclo do Ensino Secundário
segunda-feira, 4 de junho de 2018
FORMAÇÃO DE ENCENAÇÃO E DRAMATURGIA
1- Experiências Profissionais e Artísticas
Trabalhos de direcção artística nos seguintes grupos:
• Encenador do grupo teatral Luzes ao Palco
• Encenador do grupo teatral Enviados de Cristo
• Encenador do misto de actores da Huila
PRÊMIOS, PARTICIPAÇÕES E NOMEAÇÕES
• Melhor Actor de 2014/2015 na província da Huíla
• Participação em 15 festivais em 8 províncias do Pais
• Vencedor de dois prémios de melhor obra, festival Festeapaz (Luanda, 2014) e Festi-Uige (Uíge 2015)
• Membro da associação de teatro AAT-Huíla
• Formador e palestrante de teatro
• Bacharel em Actuação/TEATRO
A Origem e Evolução do Teatro
A Origem e Evolução do Teatro
A origem do teatro pode ser remontada desde as primeiras sociedades primitivas, em que acreditava-se no uso de danças imitativas como propiciadores de poderes sobrenaturais que controlavam todos os fatos necessários à sobrevivência (fertilidade da terra, casa, sucesso nas batalhas etc), ainda possuindo também caráter de exorcização dos maus espíritos. Portanto, o teatro em suas origens possuía um caráter ritualístico.
Com o desenvolvimento do domínio e conhecimento do homem em relação aos fenómenos naturais, o teatro vai deixando suas características ritualistas, dando lugar às características mais educacionais. Ainda num estágio de maior desenvolvimento, o teatro passou a ser o lugar de representação de lendas relacionadas aos deuses e heróis.
Na Grécia antiga, os festivais anuais em honra ao deus Dionísio (Baco, para os latinos) compreendiam, entre seus eventos, a representação de tragédias e comédias. As primeiras formas dramáticas na Grécia surgiram neste contexto, inicialmente com as canções dionisíacas (ditirambos).
A tragédia, em seu estágio seguinte, se realizou com a representação da primeira tragédia, com Téspis. A introdução de segundos e terceiros atores nas tragédias veio com Ésquilo e Sófocles. Surgiu também a peça satírica: o conservador Aristófanes cria um género sem paralelo no teatro moderno, pois a comédia aristofânica mesclava a paródia mitológica com a sátira política. Todos os papéis eram representados por homens, pois não era permitida a participação de mulheres.
Os escritores participavam, muitas vezes, tanto das atuações como dos ensaios e da idealização das coreografias. O espaço utilizado para as encenações, em Atenas, era apenas um grande círculo. Com o passar do tempo, grandes inovações foram sendo adicionadas ao teatro grego, como a profissionalização, a estrutura dos espaços cénicos (surgimento do palco elevado) etc. Os escritores dos textos dramáticos cuidavam de praticamente todos os estágios das produções.
Nesse mesmo período, os romanos já possuíam seu teatro, grandemente influenciado pelo teatro grego, do qual tirou todos os modelos. Nomes importantes do teatro romano foram Plauto e Terêncio. Roma não possuiu um teatro permanente até o ano de 55 a.C., mas segundo é dito, enormes tendas eram erguidas, com capacidade para abrigarem cerca de 40.000 espectadores.
Apesar de ter sido totalmente baseado nos moldes gregos, o teatro romano criou suas próprias inovações, com a pantomima, em que apenas um ator
representava todos os papéis, com a utilização de máscara para cada personagem interpretado, sendo o ator acompanhado por músicos e por coro.
Com o advento do Cristianismo, o teatro não encontrou apoio de patrocinadores, sendo considerado pagão. Desta forma, as representações teatrais foram totalmente extintas.
O renascimento do teatro se deu, paradoxalmente, através da própria igreja, na Era Medieval. O renascimento do teatro se deveu à representação da história da ressurreição de Cristo. A partir deste momento, o teatro era utilizado como veículo de propagação de conteúdos bíblicos, tendo sido representados por membros da igreja (padres e monges). O teatro medieval religioso entrou em franco declínio a partir de meados do século XVI.
Desde o século XV, trupes teatrais agregavam-se aos domínios de senhores nobres e reis, constituindo o chamado teatro elisabetano. Os atores - ainda com a participação exclusiva de atores homens - eram empregados pela nobreza e por membros da realeza. O próprio Shakespeare, assim como o ator original de Otelo e Hamlet, Richard Burbage, eram empregados pelo Lorde Chamberlain, e mais tarde foram empregados pelo próprio rei.
Na Espanha, atores profissionais trabalhavam por conta própria, sendo empresariados pelos chamados autores de comédia. Anualmente, as companhias realizavam festivais religiosos, e sobretudo no século XVII, as representações nas cortes espanholas encontravam-se fortemente influenciadas pelas encenações italianas. Os nomes mais proeminentes deste período (a chamada idade de ouro do teatro espanhol) foram Calderon de La Barca e Lope de Vega.
Foi mais notadamente na Itália que o teatro renascentista rompeu com as tradições do teatro medieval. Houve uma verdadeira recriação das estruturas teatrais na Itália, através das representações do chamado teatro humanista. Os atores italianos deste, basicamente, eram amadores, embora já no século XVI tenha havido um intenso processo de profissionalização dos atores, com o surgimento da chamada "Commedia Dell'Arte", em que alguns tipos representados provinham da tradição do antigo teatro romano: eram constantes as figuras do avarento e do fanfarrão.
Devido às muitas viagens que as pequenas companhias de Commedia Dell'Arte empreendiam por toda a Europa, este gênero teatral exerceu grande influência sobre o teatro realizado em outras nações. Um dos aspectos marcantes nesse teatro foi a utilização de mulheres nas representações, fato que passou a se estender para os outros países.
No século XVII, o teatro italiano experimentou grandes evoluções cênicas, muitas das quais já o teatro como atualmente é estruturado. Muitos mecanismos foram adicionados à infra-estrutura interna do palco, permitindo a mobilidade de cenários e, portanto, uma maior versatilidade nas representações.
Foi a partir do século XVII que as mulheres passaram a fazer parte das atuações teatrais na Inglaterra a na França. Na Inglaterra, os papéis femininos eram antes representados por jovens atores aprendizes. Na França, uma das atrizes que outrora havia sido integrante do grupo de Molière passou a fazer parte do elenco das peças de Racine. Therese du Parc, conhecida depois como La Champmesle, foi a atriz que primeiro interpretou o papel principal de Fedra, da obra de Racine, tornando-se então uma das principais atrizes da chamada "Commedie Française".
Ao cabo do século XVIII, as mudanças na estrutura dramática da peças foram reflexo de acontecimentos históricos como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Surgiram formas como o melodrama, que atendia aos gosto do grande público. Muitos teatros surgiram juntamente com esse grande público. No século XIX as inovações cênicas e infra-estruturais do teatro tiveram prosseguimento. O teatro Booth de Nova York já utilizava os recursos do elevador hidráulico. Os recursos de iluminação também passaram por muitas inovações e experimentações, com o advento da luz a gás. Em 1881, o Savoy Theatre de Londres foi o primeiro a utilizar iluminação elétrica.
Os cenários, assim como o figurino, procuravam reproduzir situações históricas com um realismo bastante apurado. As sessões teatrais, em que outrora encenavam-se várias peças novas ou antigas, foram passando a ser utilizadas apenas para a encenação de uma peça. Todas as inovações pelas quais o teatro foi passando exigiram o surgimento da figura do diretor, que trata de todos os estágios artísticos de uma produção.
Ao final do século XIX uma série de autores passaram a assumir uma postura de criação bastante diversa da de seus predecessores românticos, visando a arte como veiculo de denúncia da realidade. Escritores como Henrik Ibsen e Emile Zola foram partidários dessa nova tendência, cada qual com sua visão particular.
O teatro do século XX caracteriza-se pelo ecletismo e pela grande quebra de antigas tradições. O "design" cênico, a direção teatral, a infra-estrutura e os estilos de interpretação não se vincularam a um único padrão predominante. Entretanto, pode-se dizer que as idéias de Bertolt Brecht foram as que mais influenciaram o teatro moderno. Segundo dizia Brecht , o ator deve manter-se consciente do fato que esta atuando e que jamais pode emprestar sua personalidade ao personagem interpretado. A peça em si, por sua vez, assim como a mensagem social nela contida, deveria ser o supremo objeto de interesse. Para tanto, os espectadores deveriam ser constantemente lembrados que estão vendo uma peça teatral e que, portanto, não identifiquem os personagens como figuras da vida real, pois neste caso a emoção do espectador obscureceria seu senso crítico.
Dado o seu temor no caso dos atores mostrarem-se incapazes de desempenhar os papéis com tanta imparcialidade, Brecht utilizou vários recursos que libertariam as encenações de quaisquer ilusões de realidade que poderiam ser criadas nas mentes dos espectadores. A cenografia se dirigia a muitos efeitos não-realísticos, assim como as próprias atividades de mudança de palco podiam ser vistas pelo público. No teatro contemporâneo tanto as tradições realistas como as não-realistas convivem simultaneamente.
Referência
http://liriah.teatro.vilabol.uol.com.br/historia/aorigemeevolucaodoteatro.htm
1- Experiências Profissionais e Artísticas
Trabalhos de direcção artística nos seguintes grupos:
• Encenador do grupo teatral Luzes ao Palco
• Encenador do grupo teatral Enviados de Cristo
• Encenador do misto de actores da Huila
PRÊMIOS, PARTICIPAÇÕES E NOMEAÇÕES
• Melhor Actor de 2014/2015 na província da Huíla
• Participação em 15 festivais em 8 províncias do Pais
• Vencedor de dois prémios de melhor obra, festival Festeapaz (Luanda, 2014) e Festi-Uige (Uíge 2015)
• Membro da associação de teatro AAT-Huíla
• Formador e palestrante de teatro
• Bacharel em Actuação/TEATRO
CURRICULUM ARTÍSTICO DE NELSON NDONGALA
Município Cacuaco Contactos:
926757548;996757548
Bº Centralidade de Sequele E-mail:
mister_donga@hotmail.com
Nelson António Ndongala
Apresentação
·
Meu objectivo é
Contribuir e buscar experiências, trabalhando arduamente para o engrandecimento
da artes cénicas no nosso país.
Dados
Pessoais
·
Filiação: António
Ndongala & Wingui Josefina
·
Data de nascimento: 13
de Dezembro de 1990
·
Nacionalidade: Angolana
·
Naturalidade: Lubango
·
Estado civil: Solteiro
·
B.I
no.000968043HA037
Dados
Académicos
·
Técnico Médio de
Economia no IMELUB (2009)
·
Estudei até o 3º ano de
Economia na universidade
·
Actualmente Estudante do 4º ano de Teatro no
Instituto Superior de Artes
Experiências
Profissionais
e Artísticas
Trabalhos de
direcção artística nos seguintes grupos:
·
Encenador do grupo
teatral Luzes ao Palco
·
Encenador do grupo
teatral Enviados de Cristo
·
Antigo Encenador do
misto de actores da Huila
·
Melhor Actor de
2014/2015 na província da Huíla
·
Participação em 15
festivais em várias províncias do Pais
·
Vencedor de dois prémios
de melhor obra, escritas por mim no festival Festeapaz (Luanda, 2014) e Festi-Uige
(Uíge 2015)
·
Participação no Festeapaz em 3 edições(2014, 2015 e
2017)
·
Participação na novela
nacional Jukulomessu (2014)
·
Participação no Fenacult com o grupo teatral Julu (2014)
·
Membro da associação de
teatro AAT-Huíla
·
Participação como membro
I.N.E no senso populacional em angola (2014) apresentando teatro de
sensibilização, nas ruas, praças públicas, mercados e escolas em 10 dos 14
municípios da província da Huíla.
·
Participação do festival
de teatro Ribalta com a obra Êxodo no Kilamba (2015 e 2017)
·
Participação do festival
Internacional de Teatro do Cazenga - FESTECA (2014)
·
Formação de Malabarismo
com a Aliança Francesa
·
Curso de projecção de
Artes Cénica com Cubanos
·
Formador e palestrante
de teatro
·
Trabalhei para Marcov,
num programa televisivo na TPA, A Malta da Alegria, dando voz e
corpo a dois personagem
·
Formador de Teatro no
Projecto Sonho e Arte do Huambo
·
Vencedor do prémio
Angola Independente com o grupo Huba Artes
·
Participação na 2ª edição
do Circuito Internacional de Teatro-CIT
Experiências
Profissionais
·
Docente da escola do II
ciclo do Ensino Secundário do Nambambe durante 5 anos
·
Coordenador de Educação
Fisica na escola do II ciclo do Ensino Secundário do Nambambe durante 5 anos
· Formador e palestrante de teatro
Línguas
Faladas
Português fluente
Francês Básico
Outras
Documentos
Carta de
Condução
Passaporte
Qualidades
Predominantes
Boa
apresentação
Comunicação
afável
Grande
espírito de equipa
O signatário
________________________________________
Nelson António Ndongala
Município Cacuaco
Contactos: 926757548;996757548
Bº Centralidade de Sequele E-mail:
mister_donga@hotmail.com
1- Experiências Profissionais e Artísticas
Trabalhos de direcção artística nos seguintes grupos:
• Encenador do grupo teatral Luzes ao Palco
• Encenador do grupo teatral Enviados de Cristo
• Encenador do misto de actores da Huila
PRÊMIOS, PARTICIPAÇÕES E NOMEAÇÕES
• Melhor Actor de 2014/2015 na província da Huíla
• Participação em 15 festivais em 8 províncias do Pais
• Vencedor de dois prémios de melhor obra, festival Festeapaz (Luanda, 2014) e Festi-Uige (Uíge 2015)
• Membro da associação de teatro AAT-Huíla
• Formador e palestrante de teatro
• Bacharel em Actuação/TEATRO
A Profissionalização do Actor em Angola
INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda uma das questões mais debatidas
no seio teatral angolano: “A Profissionalização do Actor”. Para melhor entender
esta questão procuramos entrevistar directores, encenadores e actores de alguns
grupos conceituados do país.
O mais interessante é que essa necessidade se manifestou
por si só no decorrer do aprofundamento do conceito de “profissional”. Esta
pesquisa vem de um anseio da compreensão do modo como podemos identificar
parâmetros para um melhor entendimento do que é ser ator profissional em Angola.
Nesse sentido, importa-nos saber se para caracterizar um
ator como profissional existem requisitos pré-estabelecidos na lei ou se é
suficiente o facto de o artista receber uma remuneração ou, ainda, possuir já
alguma experiência consolidada na área de interpretação, bem como uma formação
na área em questão.
Procuramos responder questões pertinentes como: É
possível viver exclusivamente do teatro? Há actores profissionais em Angola? A
experiência, a formação e a remuneração condicionam o profissionalismo do
actor?
I-
“PROFISSIONALIZAÇÃO”
Uma definição da profissionalização, segundo o dicionário de língua
portuguesa significa acto ou efeito de se profissionalizar.
A profissionalização é, portanto, um processo de negociação, pelo jogo dos
grupos sociais, com o intuito de fazer reconhecer a autonomia e a
especificidade de um conjunto de atividades, e um processo de formação de
indivíduos para os conteúdos de uma profissão.
A profissionalização “põe em cena” aquisições pessoais ou coletivas, tais
como os saberes, os conhecimentos, as capacidades e as competências. Mais
ainda, poderíamos dizer que ela reside no jogo da construção e/ou da aquisição
desses elementos que permitirão, no final, dizer a respeito de alguém que ele é
um profissional, ou seja, é dotado da profissionalidade (o conjunto dos
conhecimentos, dos saberes, das capacidades e das competências que caracterizam
sua profissão).
II-
A PROFISSIONALIZAÇÃO DO ACTOR EM ANGOLA
Actualmente não existem leis em Angola que reconhecem a profissão de actor.
Existem apenas leis e regulamentos que deram os primeiros passos para
regulamentação da actividade artistica. Tais como:
- SADIA, Sociedade Angolana do Direito do Autor (ver anexo);
- Associação Angolana de Teatro” vulgo AAT, que juridicamente ainda não
esta reconhecida pelos órgãos tutelares;
- Lei do Mecenato (lei nº8/12 de 18 de janeiro) publicada
no Diário da República (Decreto Presidencial nº 195/15, de 7 de Outubro),
garante aos mecenas culturais incentivos fiscais (redução de até 40% sobre o
valor total dos impostos) aos projectos implementados, bem como aos actos
inerentes ao registo, candidatura, avaliação, acompanhamento e controlo dos
agentes culturais beneficiários no ramo da saúde, educação e cultura.
- UNAC (União Nacional Artistas e Compositores), entidade responsável pelo
cadastramento, regulamentação e controlo das actidades artísticas que no seu
regulamento, capitulo III, artigo 9/2, sobre actividade artística profissional diz:
“Nenhuma Instituição Pública ou Privada
que desenvolva actividade artística no domínio cultural e artístico, pode
contratar artistas que não estejam munidos da carteira profissional, sob pena
de incorrer em infrações previstas no presente regulamento e demais legislação
aplicável.” (Ver anexo).
III-
PROFISSIONALIZAÇÃO
DO ACTOR VS EXPERIÊNCIA
O Teatro em Angola deu os seus primeiros passos antes da independência.
Logo após a Independência este movimento artístico foi se intensificando até
mesmo os apoios por parte do Governo e outras entidades privadas. Nos anos 80,
surgiram os grupos Horizonte Nginga Mbande, Oásis e Elinga-teatro, que até hoje
sobrevivem e acima de tudo com uma parte dos actores que existem desde a
fundação. A década de 90 foi marcada pelo surgimento de vários outros grupos, não
só a nível de Luanda como também em outras províncias.
Daí em diante foram
surgindo vários grupos de teatro. Segundo o Ministério da Cultura até 2014 tínhamos só em
Luanda 300 grupos Teatrais legalizados e mais de 400 clandestinos.
O que nos interessa saber se esses actores que têm no seu
curriculum artístico um vasto largo anos de experiência, podem ou não ser
considerados profissionais de teatro.
Durante as entrevistas 100% dos entrevistados foram
unanimes em afirmar que o factor “Experiência” é indispensável para a
profissionalização do actor.
Segundo a UNAC (União Nacional dos Artistas e
compositores), no seu regulamento sobre a Carteira Profissional do Artista,
capitulo II, no ponto dois do 8º artigo descreve:
“O artista profissional tem de ter, no mínimo,
experiencia profissional artística publicamente reconhecida e comprovada por
uma associação idónea”.
Mas, contudo os entrevistados não descartaram a
importância que uma formação tem no processo da profissionalização do actor,
pois a escola é um importante espaço de socialização com o meio profissional.
IV-
PROFISSIONALIZAÇÃO
DO ACTOR VS FORMAÇÃO
Para darmos continuidade ao desenvolvimento do nosso
trabalho, torna-se necessário compreender como se encontra estruturada a
formação do actor actualmente em Angola, e verificar de que maneira ela está a
ser orientada para o seu contributo a fim de profissionalizar o mesmo.
Em 1978, com o
incremento da cooperação cubana, chegaram a Angola especialistas de teatro,
para ministrarem cursos com objectivo de formar Atores-Instrutores que pudessem
assegurar o movimento teatral angolano, já que o governo português, nada tinha
feito a propósito. É neste quadro que vieram os formadores cubanos: Inácio
Gutierres, Teresa Gonçales e Júlio Guerra. Foi um curso bastante proveitoso
porque os recém Atores-Instrutores receberam material teórico suficiente que foi
de grande utilidade nas suas actividades relacionadas com a disseminação do
teatro em todo o país.
Além do pessoal seleccionados
ainda fizeram-se inscrições públicas, e o ingresso para a frequência ao curso
era feita através de um teste. Compareceram sessenta candidatos. Destes apenas
vinte oito foram apurados e chegaram ao fim com êxito apenas vinte. Estes receberam
a missão de levar o teatro em todo o país, como Instrutores. O curso tinha várias
disciplinas entre as quais, expressão corporal, dramaturgia, direção teatral,
filosofia Marxista-leninista, música, dança, língua portuguesa, teatro infantil
e investigação. Foi assim a primeira formação de teatro na história de Angola.
Posteriormente foram
surgindo outras iniciativas de formação. Anos depois selecionou-se um grupo de
actores para terem uma formação média de teatro em Cuba.
Em 1993 o Ministério da
Cultura criou o Curso Básico de Teatro que culminou na criação do INFA
(Instituto Nacional de Formação Artística) que teve início em 2004, com a formação
Média de Teatro, mas por causa de algumas irregularidades (infraestruturas,
corpo docente…) o mesmo teve o encerramento em 2010.
Recentemente em 2007
enviou-se outros 4 angolanos para formação superior de teatro em Cuba.
Quanto a formação do
actor Angola tem verificado um crescimento significativo. Em 2015, inaugurou-se
o CEART (Complexo das Escolas de Artes), onde começou-se a lecionar o Curso Médio
de Teatro. No mesmo ano arrancou o Curso Superior de Teatro no ISART (Instituto
Superior de Artes) instituição essa, que foi inaugurada em 2014.
Muito antes disso, em
2008, a instituição privada Metropolitana deu o primeiro passo a nível do
Ensino Superior, sendo a primeira instituição universitária em Angola a
lecionar um curso direcionados para actores.
Segundo os dados
recolhidos pelos nossos entrevistados, a formação académica ou técnica é uma mais
valia:
“…É impossível ser um ator profissional sem
ter uma formação académica ou técnica. Porque em termos de avaliação,
crescimento e qualidade, sem formação técnica ou académica o ator não teria
como concorrer no mercado de trabalho e continuaria no empirismo…” salientou
Adelino dos Santos Caracol (Director e encenador do Grupo Teatral Horizonte
Nzinga Nbande)
No mesmo diapasão o
director do grupo Enigma-Teatro Francisco António, afirmou que: “…Para que um actor
seja profissional precisa no mínimo de três coisas: Formação; experiência
profissional no que concerne ao teatro, fazer parte de uma companhia… trabalhar
regularmente e ser remunerado mensalmente…”.
A formação académica
ou técnica por si só não é suficiente para a profissionalização do actor.
V-
PROFISSIONALIZAÇÃO
DO ACTOR VS REMUNERAÇÃO
Segundo a UNAC (União Nacional dos Artistas e
compositores), no seu regulamento sobre a Carteira Profissional do Artista,
capitulo II, no ponto um do 8º artigo descreve: “O artista profissional é o
individuo que, exclusiva ou predominantemente, dedica o seu tempo ao exercício
da atividades artística, dependendo dela a sua subsistência”.
A remuneração tem sido uma ideia muito mal compreendida
no seio artístico, uma coisa é receber em certos momentos remunerações fruto do
trabalho realizado e outra coisa é receber um salario mensal. Ou seja, o actor
profissional é aquele que vive do que faz.
Alguns entrevistados afirmaram que atualmente em Angola é
difícil viver só da profissão de ator, tais como:
·
Flávio Ferrão (Director e encenador do grupo teatral
Henrique Artes- Luanda);
·
Augusto Congo (Director e ator do grupo teatral Luzes ao
palco – Huíla);
·
Dr. Stive (Encenador do grupo teatral Ombaka – Benguela).
Outros entrevistados argumentaram que têm a profissão de
actor como fonte da sua subsistência, tais como:
·
Francisco Pedro António (Director e encenador do grupo
Enigma-Teatro/ Luanda);
·
Manuel Teixeira (Secretário de administração e finanças
do grupo teatral Julu/ Luanda);
·
Raúl do Rosário (Responsável do património do grupo
Elinga-Teatro/ Luanda);
·
Adelino caracol (Director e encenador do grupo teatral Horizonte
Njinga Mbande/ Luanda).
A pergunta que não quer se calar e gera muitas incertezas
é: em Angola é possível viver só da profissão de Actor?
CONCLUSÃO
Notamos também que actualmente os grupos que hoje em
entrevista afirmaram que recebem mensalmente rendimentos são aqueles que
sobreviveram desde a década de 80, prevaleceram organizados e hoje têm uma
estrutura e apoios que os sustem.
A análise apresentada neste trabalho
investigativo apoiou-se como já é sabido, num conjunto de entrevistas, junto de
directores, actores e encenadores dos grupos de teatro angolano. O que
permitiu, desta forma, contemplar uma pluralidade de trajectórias individuais,
espaços de oportunidades e situações profissionais de artistas de diferentes
gerações. Notamos também que Os grupos de teatro mais antigos funcionam como
“escolas de teatro” e permitem às jovens gerações de actores conhecer os
membros que compõem a sua comunidade e assim sendo construir as bases
de um percurso profissional.
Concluímos que os actores estão em processo de formação
contínua e aprendizagem constante: tirar notas, apontar ideias, assistir a
outros espetáculos, fazer cursos de actualização de teatro são práticas
assinaladas com frequência pelos entrevistados e consideradas imprescindíveis
para o seu desenvolvimento pessoal e para um trabalho de aprendizagem em
continuidade.
Durante o desenvolvimento deste trabalho, vimos que o
caminho mais viável para a profissionalização do actor requer pelo menos uma
formação académica ou técnica; uma experiência considerável e comprovada e ser
remunerado pelo exercício da mesma atividade.
BIBLIOGRAFIAS
ASSUMPÇÃO,
Priscila pinheiro. A interpretação do
ator: Um estudo sobre propostas metodológicas do intérprete na Linguagem
audiovisual. Lisboa, 2015.
BORGES, Vera. Actores e
encenadores: modalidades de profissionalização no mercado teatral português
ABRANDES, José
Mena. O Teatro em Angola. Editora
Zila, 1º Ed.
OBS: INFORMAÇÕES PRECISANDO DE MAIS SUBSÍDIOS...
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Trabalhos de direcção artística nos seguintes grupos:
• Encenador do grupo teatral Luzes ao Palco
• Encenador do grupo teatral Enviados de Cristo
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PRÊMIOS, PARTICIPAÇÕES E NOMEAÇÕES
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• Participação em 15 festivais em 8 províncias do Pais
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